Tej

Tej seu tejj (litteris Aethiopicis ጠጀ) est hydromeli methodo traditionali e melle in Aethiopia facta. Foliis acerbis Rhamni prinoidis temperatur. Araqe est temetum e tej seu talla destillatum. Primus inter scriptores Europaeos Manuel de Almeida missionarius Iesuita, qui in Aethiopia inter annos 1624 et 1633 morabat, confectionem usumque huius potionis descripsit:

"Vinum eorum neque inter optimos Chios neque inter Falernos est Italiae: quinque enim vel sex partes aquae in urcam unaque pars mellis coniiciuntur cum manipulo hordei tosti quo bullatur. Deinde iniiciunt ligni cuiusdam frusta sardó appellati quod ita medet ut post quinque vel sex dies dulcitudo mellis convertatur. Gustum vini nostri non habet sed salubritate sua vincit. Non dum comedunt, sed mensis ablatis bibunt, sicut antiquorum plures inter quos, mensis remotis, cyathi intrabant. Idem faciunt Abyssinii ita ut mirabile sit quantum bibere possunt. Ergo quamquam vinum huius generis natura mitissimum sit, crebritatis potionum causa eosdem effectos habet quam meliora vina Europaea, videlicet conturbationem capitis, solutionem linguae, pedum fluctuationem".^[1]

Notae

↑ O seu vinho nam he dos mais delicados Chios e preciosos Falernos de Italia, porque consta de sinco o seys partes de agoa lançada em hũa jarra, e hũa parte de mel, com hum punhado de cevada torrada, que a faz ferver, e depoys lhe lançam hũs pedaçinhos de certo pao, a que chamam sardó, o qual a qualifica de tal maneyra que em sinco ou seys dias lhe modifica a doçura do mel; e ainda que nam tem o gosto do nosso vinho, lhe leva a ventagem em ser mais sádio. Nam bebem em quanto comem, senam depoys de a levantada a meza, como muytos dos antigos usavam, que depoys de retiradas as mezas, entravam os copos, e isso fezem os Abexins com tanta liberalidade e demasia que he materia de espanto ver aonde lhes cabe tanto, e daqui vem que ainda que este modo de vinho de sy he brandissimo, com tudo em rezám da muyta quantidade vem a ter os mesmos effeytos que o melhor da Europa, no particular de toldar a cabeça, soltar a lingoa, e de enfraquecer os pés. Almeida (1660), cf. C. F. Beckingham, G. W. B. Huntingford, Some Records of Ethiopia (Londinii: Hakluyt Society, 1954) p. 64; Platt (1955) p. 116

Bibliographia

Fontes antiquiores

Manuel de Almeida, Historia geral de Ethiopia a alta (Conimbrigae, 1660) (pp. 42-43 apud Google Books)

Eruditio recentior

Mogessie Ashenafi, "A Review on the Microbiology of Indigenous Fermented Foods and Beverages of Ethiopia" in Ethiopian Journal of Biological Sciences vol. 5 (2008)
Bekele Bahiru, Tetenike Mehari, Mogessie Ashenafi, "Chemical and nutritional properties of 'tej', an indigenous Ethiopian honey wine: variations within and between production units" in Journal of Food Technology in Africa vol. 6 (2001)
B. S. Platt, "Some Traditional Alcoholic Beverages and their Importance in Indigenous African Communities" in Proceedings of the Nutrition Society vol. 14 (1955) pp. 115-124
Dersehilign Awegichew Teshome et al., "Chemical compositions of traditional alcoholic beverages and consumers’ characteristics, Ethiopia" in African Journal of Food Science vol. 11 (2017) pp. 234-245
Tadele Yohannes, Fekadu Melak, Khalid Siraj, "Preparation and physicochemical analysis of some Ethiopian traditional alcoholic beverages" in African Journal of Food Science vol. 7 (2013) pp. 399-403

Nexus externi

"Traditional Alcoholic Beverages from Ethiopia" apud Lissan
Harry Kloman, "T'ej: The Ethiopian Honey Wine"
Ruth Selinus, "The Traditional Foods of the Central Ethiopian Highlands" apud EthnoMed

[1] O seu vinho nam he dos mais delicados Chios e preciosos Falernos de Italia, porque consta de sinco o seys partes de agoa lançada em hũa jarra, e hũa parte de mel, com hum punhado de cevada torrada, que a faz ferver, e depoys lhe lançam hũs pedaçinhos de certo pao, a que chamam sardó, o qual a qualifica de tal maneyra que em sinco ou seys dias lhe modifica a doçura do mel; e ainda que nam tem o gosto do nosso vinho, lhe leva a ventagem em ser mais sádio. Nam bebem em quanto comem, senam depoys de a levantada a meza, como muytos dos antigos usavam, que depoys de retiradas as mezas, entravam os copos, e isso fezem os Abexins com tanta liberalidade e demasia que he materia de espanto ver aonde lhes cabe tanto, e daqui vem que ainda que este modo de vinho de sy he brandissimo, com tudo em rezám da muyta quantidade vem a ter os mesmos effeytos que o melhor da Europa, no particular de toldar a cabeça, soltar a lingoa, e de enfraquecer os pés. Almeida (1660), cf. C. F. Beckingham, G. W. B. Huntingford, Some Records of Ethiopia (Londinii: Hakluyt Society, 1954) p. 64; Platt (1955) p. 116

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